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Cidades Líquidas
Gustavo Minas | Brasília (DF)Ensaio baseado na definição de “Modernidade Líquida”, de Zygmunt Bauman, sobre a transitoriedade das cidades e das transformações nas relações humanas que ocorrem a partir dela.
A definição de “Modernidade Líquida” de Baumann nos deixa clara a transitoriedade das cidades e das transformações nas relações humanas que ocorrem a partir dela. Baumann analisa os efeitos da globalização e da modificação das relações sociais e políticas após o fim da Segunda Guerra; a violência das ações que extinguiram a estabilidade, o equilíbrio social e político e, por último, o pós-modernismo caracterizado pelas mudanças científico-tecnológicas. Portanto, a disseminação acelerada dos meios de comunicação social e uso desenfreado das tecnologias, em sua análise, foi apenas um processo de expansão para a instabilidade e fragmentação do ver, do ser, estar, do tempo e do espaço.
Gustavo registra o espaço simbólico, criando relações visuais entre o ser e o estar procurando-os em intervalos de espaço e tempos fluidos, líquidos. Nos seus registros, aponta o que Baumann ressalta em seus livros como as relações transitórias. Lugares que são construídos para garantir, em nome do medo, portanto, da segurança, o isolamento e desumanização nas relações sociais e culturais; esta transitoriedade que se aplica às paisagens urbanizadas em todos as grandes metrópoles.
Minas insere seu olhar na percepção de um espaço/tempo cibernético. A experiência de ir e vir é indicada em janelas espelhadas individuais. A realidade presente é a da internet onde quer que estejamos. Conhecemos o lugar pelo link, o sujeito, pelo perfil. A paredes são espelhos, as poucas janelas se abrem para dentro; as portas são túneis de telas planas; as escadas sobem automaticamente para o subsolo. O percurso é um mapa digital no qual sensores que decidem seu itinerário e indicam que você chegou a lugar nenhum.
Rosely Nakagawa